"Hip Hop é coisa de negro". Diante dessa fala de uma aluna na terceira aula do estágio, percebemos que não seria fácil trabalhar o conteúdo em uma escola tradicionalista com alunos da classe média alta e culturas diversificadas. Entretanto, buscamos outras formas de expor o conteúdo, conversar sobre a sua origem e confrontar com modelos atuais que se originam do estilo hip-hop. Por exemplo, alguns alunos usam os tênis largos e coloridos, calças largas e bonés de diversas maneiras sem saber que possuem origem na cultura negra e no hip-hop.
Para isso, convidamos o grupo Crazy Boys formado por alunos da escola pública que dançam hip-hop e ensaiam em casa. Além disso, tivemos algumas conversas sobre o assunto onde enfatizamos que o hip-hop surgiu na comunidade negra, nos guetos como forma de reivindicação social, mas que atualmente é praticado também por pessoas de outras origens e classes sociais e que mesmo que não nos identificamos com uma cultura ou com um estilo, não podemos discriminar ou excluir, deve-se respeitar o espaço de cada um, porque todos têm direito de se expressar. O estágio foi um sucesso porque levamos para os alunos um tema diferente que implicou muitas discussões e delas com certeza o aprendizado.
O que limitou a intervenção foi o pouco tempo que tivemos para desenvolver o conteúdo, porém as possibilidades são enormes, inclusive surgiu à idéia de formar um grupo para se apresentar no sarau que acontece na escola. São essas possibilidades que dão a sensação de dever cumprido. Porque mesmo que tivemos algumas dificuldades temos a certeza que a nossa presença na escola e na vida dos alunos foi marcante e que por mais difícil que seja podemos sim, fazer a diferença.
Nenhum comentário:
Postar um comentário